INÍCIOS DA OBRA DON GUANELLA
NA ARGENTINA
Onde quer que os Guanellianos cheguem, o espírito do Bom Samaritano sempre os impulsiona a aliviar a dor daqueles que sofrem.
No seu patrimônio espiritual, Don Guanella deixou como herança ao Padre Mazzucchi o ardente desejo missionário pela América do Sul. Em resposta a esse ideal, em 30 de dezembro de 1924, o conselho geral dos Servos da Caridade aprovou a proposta do Superior Padre Leonardo Mazzucchi de abrir uma primeira fundação na América do Sul. Assim, após se encontrar com o Papa e receber a bênção aos pés da Virgem do Rosário de Pompeia, o Padre Mazzucchi convidou três coirmãos para assumir essa missão: o Padre Francesco Rovida, o Padre Umberto de Angeli e o Irmão Silvestro Lombarda.
Com a alegria de serem os pioneiros da Obra na América do Sul, em 29 de outubro de 1925, os coirmãos partiram de Nápoles a bordo do navio Nazaro Sauro da Transatlântica Italiana com destino à Argentina. Após uma longa viagem, em 19 de novembro de 1925, chegaram a Buenos Aires e no dia seguinte viajaram para a cidade de La Plata, onde foram recebidos pelo Monsenhor Francisco Alberti. Dois dias depois, seguiram caminho para Tandil, onde iniciaram um asilo de rapazes em um local provisório na rua Centenario 354 em janeiro de 1926. Em poucos anos, os padres se transferiram para a capital Buenos Aires, iniciando sua presença de serviço com o ministério pastoral em um barracão dedicado ao Trânsito de São José no bairro de Liniers.
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Instituto San José
Ao chegarem na capital, os religiosos buscaram uma forma de fazer algo de bom para as crianças da região. Foi assim que pensaram em uma escola para garantir o futuro das crianças necessitadas, o futuro Instituto San José. No início, o Instituto foi um legado do arcebispo de Buenos Aires por parte de Dona Urbana Sanchez de Santojanni. A parte central foi construída para a educação das crianças pobres. Em setembro de 1928, o arcebispo entregou aos Servos da Caridade. Com o intuito de servir a população, em janeiro de 1929, foi inaugurado oficialmente o Instituto San José com escola primária e gratuita para internos e externos. Junto com a educação cristã, o Instituto também oferecia às crianças mais velhas a possibilidade de aprender um ofício, como artesanato e carpintaria. Os padres não se contentaram apenas em oferecer o pão da educação; como bons seguidores de Don Guanella, desejaram cuidar também das alma
Depois de fundar o Instituto San José, os padres guanellianos desejaram erigir também uma paróquia. Esse sonho se tornou realidade quando, pouco mais de um ano após a inauguração do Instituto, foi criada a Paróquia Trânsito de São José pelo decreto de 7 de outubro de 1930, assinado pelo Monsenhor Santiago Luis Copello. Seu primeiro pároco foi o Padre Francisco Rovida, nomeado em 3 de junho de 1931. Com o tempo, o espaço tornou-se insuficiente para atender à população da zona. Diante dessa realidade, o Padre Magnani, que sucedeu o Padre Rovida como pároco, pensou em construir um majestoso templo santuário. A primeira pedra dessa construção foi abençoada pelo Núncio Apostólico Monsenhor José Fietta em 7 de abril de 1940. Após árduos trabalhos, o templo foi inaugurado em 11 de maio de 1946 pelo Cardeal Santiago Luis Copello; no entanto, os trabalhos e reformas continuaram até o final de 1982.
Em 1933, os Guanellianos chegaram a Tapiales. Havia uma capela, era o oratório São Luís Gonzaga, anexo à casa-quinta do General Donovan, que era oficiado apenas no verão. Então, os Servos da Caridade, com a intenção de edificar ali o atual Seminário São Pio X, compraram parte dessa propriedade, com uma área de 4.740 metros quadrados mais os 1.800 da capela, que havia sido doada ao Arcebispado de La Plata. Em 1945, começou a construção do edifício destinado ao Seminário. Em 15 de maio de 1961, foi inaugurada uma ala destinada à sede do Noviciado.
Onde quer que os guanellianos cheguem, o espírito do Bom Samaritano sempre os impulsiona a aliviar a dor daqueles que sofrem. Foi com esse espírito que, em 9 de dezembro de 1939, Don Leonardo Mazzucchi, ainda sendo Superior Geral da Obra, abençoou a pedra fundamental do futuro Lar de Idosos, no qual já residiam três idosos, alojados na parte do antigo casarão dos Donovan. Mais tarde, em 31 de maio de 1941, foi inaugurada a primeira construção do Lar, já completo de idosos, paralíticos e deficientes, todos assistidos gratuitamente.
Com o tempo, os padres guanellianos decidiram comprar um terreno em frente à praça de Tapiales para construir uma capela. Compraram um lote de terra na rua Humaitá, que depois foi vendido. A pedra fundamental havia sido colocada nesse terreno, mas depois teve que ser transferida para a rua Tuyutí, onde foi erguida a capela, sede da Paróquia Nossa Senhora de Luján e São Luís Gonzaga, que deu origem ao colégio paroquial fundado sob a filosofia da obra de Don Guanella. Em 1958, a paróquia foi transferida da rua Donovan, onde estava desde 1933, para a praça de Tapiales. Antes da transferência, a sede era a mesma do Lar e o titular era apenas São Luís Gonzaga.
Em 1971, foi inaugurado o Colégio Paroquial San Luís, e ao longo dos anos foram sendo construídas as salas de aula com a ajuda entusiasta dos pais dos alunos, e com a ajuda dos Superiores da Obra e de Adveniat foi terminado o primeiro andar; em 8 de maio de 1980, Monsenhor Rodolfo Bufano e o Superior Geral Padre Olimpio Giampedraglia abençoaram e inauguraram as novas salas de aula com uma grande e memorável cerimônia. Nos anos seguintes, foi construída a sala de pré-escola, foram comprados os lotes do lado sul e foi realizado o ginásio luminoso e amplo, abençoado em 8 de março de 1983. No sábado, 19 de junho de 1993, celebrou-se o crescimento do Colégio San Luís Gonzaga de Tapiales, com a inauguração da Seção Secundária, permitindo dar continuidade à educação das crianças na delicada etapa da adolescência.
Alguns anos depois, decidiram reconstruir o templo paroquial. Acompanhado do Superior Geral dos Servos da Caridade, Padre Pedro Pasquali, e do Superior Provincial, Padre Séptimo Zanella, Monsenhor Rodolfo Bufano abençoou a primeira pedra do novo templo em 16 de março de 1986.
Os padres guanellianos iniciaram suas atividades em Villa Madero em 1936, em uma capela dedicada a Nossa Senhora do Bom Viagem. Foi lá que o Padre Eduardo Maggioni começou a oferecer atendimento espiritual às pessoas da região. Houve muitas dificuldades, mas a quantidade de pessoas que acudiam à pequena capela aumentava cada vez mais. Em 1941, o Padre Gastone Marchetto, responsável pela capela, com a ajuda de algumas famílias, conseguiu um terreno para a construção de uma nova igreja após uma tempestade que causou graves danos à capela em 1940. Após a visita a Villa Madero, em 8 de maio de 1944, Monsenhor Juan Pascual Chimento, arcebispo de La Plata, encantado com a missão realizada pelo Padre Marchetto, ordenou a construção de uma igreja e um colégio na região. Em 1947, Villa Madero já tinha um novo e belo templo, que foi abençoado por Monsenhor Julián Martínez em 6 de julho desse mesmo ano.
Villa Madero gozava de uma reputação negativa devido ao clima de insegurança, violência e falta de fé que ali reinava. Diante desse cenário, o Padre Salvado Guida, pároco da Paróquia São José Operário, animado pela particular sensibilidade guanelliana em relação às crianças, sonhava em abrir um colégio para proporcionar um futuro melhor a elas. Apesar da escassez de recursos, decidiu iniciar a construção com o pouco que tinha. Com a ajuda generosa da Divina Providência, que nunca falha, em 2 de março de 1964 a escola abriu suas portas com duas turmas e foi abençoada por Monsenhor Miguel Raspanti quinze dias depois. A escola prestava seu serviço às crianças pobres, necessitadas e desvalidas da região. Com o passar dos anos, as demandas aumentaram e novas salas de aula foram construídas para poder acolher mais crianças.
Em 1939, os Servos da Caridade chegaram a Santa Fe, cidade situada a 500 quilômetros de Buenos Aires. A convite de Monsenhor Nicolás Fasolino e das autoridades locais, os Guanellianos assumiram o Reformatório de Menores e a Paróquia Nossa Senhora do Trânsito na zona chamada “El Piquete”, no distrito de Flores. O nome da Paróquia originou-se da devoção à Virgem do Trânsito, cultivada pela comunidade italiana e cuja imagem, trazida da Itália, era venerada em uma pequena capela da área. Com o passar do tempo e devido ao aumento contínuo da população, a capela foi ampliada e elevada à categoria de templo paroquial em 23 de abril de 1935. Entre 1965 e 1971, foi construída uma nova igreja, pois a antiga se tornou insuficiente para as necessidades de uma população em contínuo crescimento.
Ao assumir o Reformatório, os padres haviam assinado um contrato com as autoridades locais; no entanto, devido ao descumprimento do contrato por parte dessas autoridades e à escassez de pessoal por parte da Congregação, os padres foram aconselhados pelo arcebispo a deixar o reformatório. Eles então ficaram com a paróquia, as capelanias do hospital psiquiátrico e da cadeia de encausados, ambas situadas no território da paróquia.
Diante da realidade de precariedade das pessoas idosas da região, os padres decidiram construir um lar para atender aqueles idosos desamparados. Um terreno situado próximo à igreja paroquial foi doado aos padres pela senhora Scarafía de Minetti para a realização desse projeto. Em 12 de agosto de 1947, foi abençoada a primeira pedra do lar por Monsenhor Fasolino. Com a incansável dedicação dos padres, a construção completa do lar foi concluída em dezembro de 1955. Para acompanhar o crescimento da população, em 1977 foi construído um novo pavilhão, ampliando o edifício do Lar e oferecendo atendimento a um maior número de idosos.
Em 1979, começaram a chegar os missionários guanellianos do Colégio São José do Trânsito… fazendo eco ao convite dos militares e da gendarmeria para ir às fronteiras… o grupo missionário de São José decidiu ir a Orán, especificamente a San Agustín, e começou a ir mais frequentemente. Diante da realidade de pobreza, foi assinado um apoio especial à escola Felipe Chagra. Desejando dar continuidade a essa presença, foi formada a Fundação Missionária São Agustín, composta por jovens e leigos guanellianos e acompanhada por sacerdotes e religiosas guanellianas, com o objetivo de sustentar uma presença permanente de apoio espiritual e material. No dia 9 de abril de 1985, quatro jovens deixaram Buenos Aires e foram viver em uma pequena casa emprestada e trabalhar em San Agustín como grupo missionário. Após um ano de intenso trabalho, o grupo retornou a Buenos Aires em fevereiro de 1986.
Com o tempo, a fundação não conseguiu continuar e os religiosos assumiram a tarefa missionária. Em 1995, o Superior Provincial, Padre Carlos Blanchoud, anunciou a aquisição de um terreno suficiente para construir uma pequena casa e uma capela. A missão guanelliana em Orán então se dedicou a visitar as famílias, abriu um teto fraterno para idosos e organizou atividades com crianças nas escolas e bairros.
Em 18 de dezembro de 1997, o Superior Geral ratificou a constituição da comunidade de São Ramón de Nova Orán com finalidade caritativa-pastoral e formativa-vocacional. No dia 30 de dezembro do mesmo ano, o Padre César Augusto Leiva viajou a Orán para dar início à presença definitiva da Congregação no local. Pouco tempo depois, em 18 de março de 1998, o Monsenhor Cargnello erigiu, por decreto, a nova paróquia dedicada a São José e a entregou aos Servos da Caridade. No dia 24 de maio, o bispo abençoou a primeira pedra do teto fraterno Casa Divina Providência com a presença do Superior Provincial, Padre Carlos Blanchoud. Dessa forma, formou-se a primeira comunidade e foi obtido o terreno onde atualmente estão os coirmãos.
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